Continuamos aqui a fábula do empreendimento, que visa enfatizar o processo do empreendedor comum para o inteligente.
Escrito por Jorge Brognoli, consultor em MI. Veja aqui a continuação desta história e tire suas próprias conclusões sobre como agir para se tornar um gestor inteligente.
A HIERARQUIA QUE LEVA AO EMPREENDIMENTO INTELIGENTE
O papel de qualquer pessoa que pretende empreender está relacionado à estratégia, pois pretende-se definir um rumo diverso daquele que tem no determinado momento passando a pensar como empreendedor. Ele tem este espaço de tempo para pensar, reunindo ideias sobre seu negócio e o meio ambiente em que vai atuar.
Mas o que acontece, na maioria dos casos, é que estes empreendedores estão envoltos em aspectos mais operacionais: como abrir a empresa, colocar em funcionamento e testar o que acontece; quer dizer, será eficiente em como fazer as coisas, pois normalmente parte-se de uma especialidade profissional, mas totalmente distante em determinar o que deseja se tornar no futuro. Porém, o futuro para estes empreendedores logo chega e surgem os problemas.
A verdade é que a maioria dos empreendedores se preocupa tanto com o aspecto operacional que perde chances e oportunidades importantes para o seu negócio, dado ao desconhecimento do que é pensar de forma inteligente, ou, de raciocinar de forma inteligente e competitiva.
Essa falta de raciocínio estratégico está sendo demonstrada pelo desaparecimento de muitos empreendimentos que acabaram não tendo sustentação, levando o empreendedor a ter uma situação presente muito pior daquela que tinha no passado, onde vislumbrava algo totalmente diverso do que o emaranhado de problemas que surgem durante e após um processo falimentar.
Mas não são somente os pequenos empreendimentos que sofrem desse mal, muitas grandes corporações perderam grandes oportunidades porque não as reconheceram, e muitas empresas de vários ramos acabaram indo para o chão, vide a indústria de relógios suíços, a despeito de terem inventado a tecnologia digital, foram os japoneses que souberam melhor aproveitar.
Hoje, mais do que nunca, vivemos dias de incertezas, de muita competição, acirradas na sua maioria, com mudanças frequentes, cabendo um papel relevante à Inteligência Competitiva. Segundo Gomes e Braga (2001), “que é o resultado da análise de dados e informações coletados em ambiente competitivo da empresa que irão embasar a tomada de decisão, pois gera recomendações que consideram eventos futuros e não somente relatórios para justificar decisões passadas”.
A identificação de propriedades específicas e combinações é que podem dar a empresa uma forte posição concorrencial, ou, uma perspectiva de futuro para um empreendimento novo, para tanto, é necessário examinar as características entre dados, informações e conhecimento para tentar eliminar a tendência em se confundir esses termos, o que causa mal entendidos sobre a gestão do conhecimento.
Como afirma Beal (2004, p. 11): “Existem muitas definições na literatura a respeito de dado, informação e conhecimento, que podem variar sensivelmente de autor para autor. Apesar das diferenças de conceituação, pode-se identificar um entendimento comum: um conjunto de dados não produz necessariamente uma informação, nem um conjunto de informações representa necessariamente um conhecimento”.
Um modo de visualizar um elo comum entre tantos problemas consiste em isolar a inteligência como principal vetor para obtenção da vantagem competitiva, a partir de um modelo concebido que apresenta seis capitais, cuja interação poderá resultar na obtenção de inteligência que possibilite ter desempenho e inovação em termos de produtos e serviços.
O fenômeno desse tipo de modelo, que constitui transação entre capitais, nas quais as experiências são trocadas, e onde conhecimentos e habilidades são adquiridos, deverá ocorrer em qualquer empreendimento para gerar resultados desejados, que levam à inovação, que segundo Joseph Shumpeter (1982), economista que estudou o assunto, descreve o empreendedorismo como a máquina propulsora da economia que possibilita a renovação e o progresso constante, mas principalmente que “sem inovação, não há empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona”.